Como anda seu crush no Humberto Carrão?
- Andressa Lopes
- 23 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Você já encontrou aquele cara que parece saído direto de uma roda de conversa sobre anticapitalismo? Bonézinho do MST, ecobag, camiseta do Chico Mendes, sempre pronto pra soltar um discurso sobre privilégios e justiça social. Esse é o famoso esquerdomacho – o cara que "entende" as lutas feministas e antirracistas, mas só até onde isso o beneficia.
A estratégia dele é clara: se envolver em todas as pautas sociais que importam, posicionar-se como aliado de mulheres, de minorias, do planeta, da revolução… tudo isso com o objetivo final de, você já sabe, transar. A tática é se tornar aquele homem sensível, que reconhece seus privilégios, enquanto te convida pra tomar uma cerveja no bar da cachaça e, claro, te recita uma poesia ou te dedica um samba no final da noite. Ah, e se o papo sobre sociologia e cultura não te convenceu, que tal um ensaio fotográfico "artístico" pra celebrar sua feminilidade?
E aí entra um dos traços mais comuns desse perfil: a famosa não-monogamia. Mas não qualquer tipo de não-monogamia. Ele defende o amor livre, a liberdade de relacionamentos, tudo no discurso de desconstruir o ciúme e a posse. Só que, na prática, o que rola mesmo é um uso da não-monogamia como desculpa pra manter o foco na quantidade de mulheres com quem ele pode se relacionar. É quase uma "não-monogamia seletiva", onde a liberdade emocional e sexual parece sempre girar em torno dos desejos dele.
Ele te solta um "mas você precisa desconstruir essa ideia de posse, o amor é livre" enquanto, curiosamente, não parece estar tão interessado assim em garantir que essa liberdade funcione de forma justa e equilibrada pra ambos. O que importa, no fim, é sempre: "E aí, vamos viver essa liberdade juntos ou o que?"
Esse cara é mestre em transformar discussões sérias sobre feminismo e outras causas sociais em um charme intelectual irresistível. Se você apontar a incoerência, ele provavelmente vai te chamar de “dogmática” ou te acusar de não ser tão desconstruída quanto ele imaginava. E, claro, o plano de vida dele? Muitas vezes ainda mora com os pais, vive de bicos enquanto está em "processo criativo" e acredita que as estruturas da sociedade oprimem tanto que não dá pra planejar um futuro sólido. Mas pra sair contigo? Ah, pra isso ele sempre encontra um jeitinho.
Esse texto não é sobre Humberto Carrão*
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