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Difícil, eu? Como o pacto da branquitude abala minha autoestima profissional.

  • Foto do escritor: Andressa Lopes
    Andressa Lopes
  • 18 de nov. de 2024
  • 2 min de leitura
Tais Araújo, no "Quem Pod, Pode" fez o seguinte relato: Na minha infância e adolescência, em um ambiente majoritariamente branco e de elite, precisei aprender a me impor para não ser atropelada. Uma vez, um ator comentou comigo que não conhecia nenhum negro bem-sucedido que não fosse prepotente ou arrogante. Eu respondi: "Tostines vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais? Será que você não está acostumado a ver negros em lugares de poder e, por isso, confunde isso com prepotência?" Essa experiência ilustra como a presença de negros em espaços de destaque é muitas vezes interpretada de forma negativa, refletindo estereótipos enraizados na sociedade.

Agora falando pela minha ótica, euzinha, Andressa: no mercado de trabalho, a vivência de mulheres pretas em cargos de liderança ou em funções mais estratégicas num geral é marcada por desafios que vão além da parte profissional. O pacto da branquitude e os estereótipos relacionados a ele impõem uma barreira invisível, mas poderosa, que afeta a autoestima profissional de mulheres pretas.


Quando uma mulher preta se posiciona de forma assertiva, muitas vezes é rotulada como agressiva ou raivosa. Já uma mulher branca, com a mesma postura, é elogiada por sua liderança e firmeza. Essa oscilação de tratamento coloca mulheres como eu - de pele escura -numa posição delicada, onde a competência é questionada, abalando a confiança e autoestima profissional.


O impacto dessa diferença de olhar é gigantesco. Esse sentimento de precisar esforçar em dobro para me tornar vista da mesma maneira que os colegas brancos leva a um desgaste emocional e mental, que pode minar qualquer desenvolvimento profissional. Além disso, o constante questionamento sobre própria capacidade cria um ciclo vicioso de autosabotagem, onde vão surgindo dúvidas relacionadas ao próprio valor e potencial.


Esses recortes sociais revelam que mulheres como eu sofrem uma disparidade salarial significativa em comparação com suas colegas brancas e homens negros - a mulher preta está abaixo do homem preto, ou seja, não nos sobre nada. Isso não apenas reflete desigualdade, mas também alimenta a sensação de desvalorização, invisibilidade.

É uma medida urgênte que empresas como um todo reconheçam e combatam esses estereótipos. Promover a diversidade e a inclusão em todos os níveis hierárquicos é ferramenta para uma ambiente de trabalho mais equitário, justo, onde vozes plurais sejam ouvidas e valorizadas igualmente.


Não basta contratar pessoas pretas, é preciso treinamento adequado para os líderes mediarem a chegada e desenvolvimento que orbitam essas contratações.


Conteúdo atemporal da Nátaly Neri sobre o esteriótipo da preta raivosa: https://youtu.be/aBF_5w8unyA?si=bRlgbSHk_bHtZ80_



 
 
 

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