top of page
Buscar

Estamos viciados em buscar validação gringa.

  • Foto do escritor: Andressa Lopes
    Andressa Lopes
  • 3 de mar.
  • 2 min de leitura

Imagens ilustrativas - Getty Images
Imagens ilustrativas - Getty Images

O Brasil ganhou um Oscar. Finalmente. A primeira estatueta dourada desembarcou por aqui com Ainda Estou Aqui, filme protagonizado por Fernanda Torres. E, claro, é um feito histórico. Mas por que a gente só se permite comemorar o cinema nacional quando ele ganha um carimbo estrangeiro?


Nelson Rodrigues cunhou a expressão síndrome do vira-lata lá atrás, mas parece que ela segue firme e forte. A gente sempre espera que alguém de fora nos diga que somos bons. No cinema, na música, na literatura, na ciência. Até parece que só vale se for reconhecido por gringo. Olha a história se repetindo: Central do Brasil só virou unanimidade quando concorreu ao Oscar. Cidade de Deus foi mais exaltado lá fora do que aqui. E agora? Será que as pessoas finalmente vão parar de torcer o nariz para o cinema nacional?


E não para por aí. O fenômeno não acontece só na arte. Quantos brasileiros precisam sair do país para serem reconhecidos por nós? Anitta foi criticada até o último hit; até que resolveu cantar em espanhol e inglês. Aí sim, virou um orgulho nacional. Paulo Coelho vendeu milhões de livros mundo afora antes de ser levado a sério por aqui. Artur Avila, um gênio da matemática, só apareceu na grande mídia brasileira depois de ganhar uma Medalha Fields (conhecida como o premio Nobel da Matemática). Parece um roteiro repetido, mas é só a nossa realidade.


A pergunta que não quer calar: por que a gente tem tanta dificuldade de enxergar valor no que é nosso? Será que é um problema de autoestima coletiva ou estamos viciados em buscar validação gringa?

E essa mentalidade reflete até no digital. Se um artista brasileiro ganha um prêmio lá fora, as buscas no Google por ele disparam. É como se só começássemos a nos interessar pelos determinado conteúdo só depois que já foi aprovado pelo olhar estrangeiro. A mesma lógica das premiações se repete no algoritmo. Parece que o próprio país joga contra si mesmo.


Então, sim, o Oscar de Ainda Estou Aqui é importante. É lindo ver o Brasil brilhando na maior premiação do cinema. Mas a verdadeira vitória seria a gente parar de precisar desse tipo de selo para reconhecer nossa própria grandeza. Isso vale para o cinema, para a música, para a literatura, para a ciência; e para tudo que ainda insistimos em só validar depois que alguém lá de fora diz que é bom.

E aí, seguimos esperando um carimbo ou começamos a valorizar o que é nosso por conta própria? Me conta o que você pensa e manda esse post para um amigo. Esse papo vale uma mesa de bar ou uma conversa leve durante o almoço.


 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Moda casual de luxo?

A Lacoste, conhecida por seu ar sofisticado e voltada para um público de alto poder aquisitivo, sempre foi um símbolo de desejo. No...

 
 
 

Comments


bottom of page