Vai chorar por um desempregado?
- Andressa Lopes
- 19 de set. de 2024
- 2 min de leitura
Eu já perdi a conta de quantas vezes, ao falar sobre meus critérios para parceiros, fui rotulada de arrogante. Sabe quando você se torna uma mulher realizada, com quase trinta anos, morando sozinha, com uma carreira bem-sucedida e uma posição interessante na sociedade, mas, de repente, ao expressar suas expectativas, você parece a “exigente demais”? A questão é que, quando chegamos a esse ponto de autoconhecimento, é natural que a gente busque construir algo – seja casual ou sério – com alguém que esteja no mesmo nível, ou pelo menos que esteja se esforçando para melhorar a própria vida.
E aí é que entra o problema. A sociedade adora romantizar a coisa. Parece que, quando uma mulher tem uma vida estável e realizada, ela deve ser “mais flexível”, mais aberta a aceitar qualquer situação. Mas por que as expectativas que temos para nós mesmas não podem refletir no tipo de parceiro que queremos? Afinal, é uma questão de buscar alguém que possa caminhar lado a lado, seja em um relacionamento casual ou algo mais sólido. Não se trata de arrogância, e sim de saber o que queremos – e, honestamente, não vejo problema nisso.
É curioso como a linha entre “ter critérios” e “ser arrogante” é tão tênue para os outros. Quando digo que busco alguém com uma formação acadêmica, que more sozinho, tenha um carro ou demonstre um certo nível de estabilidade, não estou menosprezando ninguém, mas simplesmente reconhecendo o que funciona para mim. Isso é ser arrogante? Ou será que a sociedade ainda espera que, por sermos mulheres, devemos ser as eternas “compreensivas”, as que baixam a régua para não intimidar?
É fácil romantizar o "aceitar qualquer coisa" quando não se entende o que está em jogo. A verdade é que, quando você alcança um certo nível na vida, você sabe o quanto batalhou para chegar ali, e é natural esperar que o outro compartilhe, no mínimo, dessa mesma visão de vida, ou que esteja em um caminho de crescimento. Ninguém deveria se sentir culpado por querer estar com alguém que tenha ambições ou que valorize o próprio desenvolvimento.
Talvez o que realmente incomode as pessoas seja o fato de que mulheres como nós não estão dispostas a se contentar com menos. Não romantizamos a ideia de “alguém vai mudar” ou “ele só precisa de um empurrãozinho”. Não, obrigada. A gente quer quem já entendeu que a vida é feita de evolução contínua e que não tem problema nenhum ter expectativas, desde que elas sejam saudáveis e alinhadas com quem nós somos.
Então, por mais que tentem me chamar de arrogante, vou continuar firme com meus critérios. Porque, no final das contas, não é arrogância saber o que você merece. É amor-próprio.
Quem gostou bate palma e quem não gostou: paciência.
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